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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma tarde só nossa

 A dona da tarde - Helena!



Nos últimos tempos tenho me pego várias vezes pensando que não tenho sido uma boa mãe, que não estou dando conta e me perguntando como é possível que uma pessoa seja capaz de criar três filhos sem enlouquecer.

Pois é, eu sei que quando a gente olha de fora, tem a impressão de que na casa dos outros tudo é mais fácil, o quarto das crianças está sempre arrumadinho, a casa sempre linda, enfim, que todos vivem num comercial de margarina menos nós.

Mas a verdade é que certamente os filhos dos outros também brigam, os pais também têm xiliques e a lavanderia deles também parece um campo de batalha! 

Só que essa parte ninguém compartilha...


 Grudadas por uma tarde toda - só nós duas!



Pois bem, ontem à tarde eu tive a chance de fazer tudo completamente diferente do que faço rotineiramente e acabei, sem querer, fazendo grandes descobertas!

Como eu e a pequenina fomos barradas no passeio do maridinho e das irmãs e a escola dela não funcionaria à tarde, ficaríamos só nós duas em casa a tarde toda. 

De início, imaginei que seria mais uma tarde daquelas conturbadas, em que eu tento dar conta dos meus afazeres domésticos, tento trabalhar numa das muitas peças inacabadas que se amontoam na minha mesa de costura e acabo não conseguindo fazer nem uma coisa nem outra...

E eis que, naturalmente, tudo tomou outro rumo.



Até o vento decorou a nossa tarde com as flores vindas de longe!


Eu não tentei fazer coisa alguma, apenas deixei a tarde passar acompanhando o ritmo da pequena.

Teve brincadeira nas pedras do quintal no meio da ventania  quente, teve lanchinho, teve brincadeira de pega-pega aqui dentro (porque  de repente a tarde sumiu no meio da poeira e da fumaça que vinham com o vento), teve banho gostoso e bem demorado e depois, claro, teve sono! 

(É claro que teve manha e teve choro, mas isso eu não vou contar - porque hoje é a minha vez de viver no comercial de margarina!)



 Ei, mãe, o que é isso??

Banana amassada, filha! Ah tá...


E eu que pensava que esta seria uma tarde difícil...

E foi assim que eu percebi que eu posso sim dar conta. E, mais que isso, percebi como é importante ter um tempo para cada filho, separadamente. Afinal, as meninas de idades diferentes e, principalmente, temperamentos diferentes, têm necessidades diferentes! E por isso é só quando ficamos sozinhos com cada uma que conseguimos realmente ver como cresceram, como estão se tornando pessoas especiais e de quê cada uma precisa.



E não é que depois de tanto tempo, pudemos até apreciar o cheiro de chuva?
Foi o nosso presente!

 
Nossa, quanta água lá fora!


 Estar com a família toda juntinha e desfrutar da convivência dessa constelação é também incrível, mas hoje percebi que para que a constelação brilhe, é preciso que se tenha um tempo exclusivo, reservado para conhecer e fortalecer vínculos com cada um. E também um tempo para ficar só comigo mesma!



O banho - tão chique - foi com o sabonete francês da mamãe, porque a gente merece! 



É claro que não dá prá passar todas as tardes nessa moleza, sem trabalhar, sem cuidar da casa, sem faz comida... Mas de vez em quando pode!

E, por mais absurdo que pareça, só hoje me dei conta disso!

Ah, e para terminar a nossa tarde, chegou a minha vez de fazer um lanchinho e devorar a minha revista, que chegou na semana passada e ainda não tinha tido tempo sequer de abrir!






Valeu cada minuto. E o trabalho que ficou por fazer pode esperar até amanhã. 

Simples assim.

Com amor,

Bió