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sábado, 16 de junho de 2012

Todas as Cores do Outono

A terceira matéria para a coluna "Lar doce Lar" da Revista Botucatu Especial  já está quase saindo do forno e, para seguir a "tradição" (afinal foram só duas por enquanto, mas já vislumbrando um futuro de muitas edições, vejo que já posso chamar de tradição!!) vou colocar aqui o texto da matéria da edição passada, recheado com algumas fotos a mais! E, claro, quem puder, dê uma passadinha no site da revista prá ver como ficou bacana lá! 
(Texto de Fabíola Soares Zahn, publicado na Revista Botucatu Especial, Ed. 33, em maio de 2012.)


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Todas as cores do outono


Foto do meu irmão Guilherme Zahn

Todos os anos, com a chegada do outono, as vitrines e revistas se enchem de marrons, cinzas e cores em tons escuros. Mas se mudarmos o foco e observarmos com olhar atento a natureza, perceberemos que ao nosso redor o mundo se prepara para o recolhimento do inverno sem se tornar triste e sisudo. Pelo contrário, nessa época somos presenteados com os finais de tarde mais coloridos - são tantas as cores que aposto que nem conseguimos definir todas elas! Ao mesmo tempo em que a luz do sol se torna alaranjada e tão aconchegante que é capaz de aquecer até os nossos corações, o céu se enche de tons inimagináveis de amarelo, vermelho, rosa, violeta, azul...  

 
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Não há nada mais inspirador que um céu de outono
Foto do meu irmão Guilherme Zahn

Jardins e matas aparecem pontilhados por todos os lados do laranja das calêndulas que brotam sem convite, das imponentes espatódias, dos rosas variados das azaléias, do vermelho das folhas que secam para cair e formar uma cama quente para as raízes durante o tempo de frio e dos rosas clarinhos do espetáculo incrível das cerejeiras. Aliás, quem não apreciou este espetáculo ainda, aproveite para fazer um passeio até Pardinho pela estradinha que sai do alto da serra na Marechal Rondon, onde um longo trecho cercado de cerejeiras que estão se preparando para florir! esse presente para os olhos alimenta a alma por alguns dias.

Essa semana eu ia fotografar o espetáculo para colocar aqui mas o tempo não colaborou muito... Mas vou deixar aqui esse buraquinho e dia desses a foto aparece aqui para que todos possam ver. Mas quem estiver aqui por perto, passa lá prá ver ao vivo!
 
E que tal aproveitar esta inspiração da Natureza para trazer a energia das cores para dentro de casa? Muitos estudos mostram que as cores são capazes de transformar o humor e o comportamento das pessoas e, assim, podemos usá-las nos ambientes de forma a colocar em cada cantinho a emoção que desejamos sentir ao entrar.

 
 Deixe a luz de outono entrar sem cerimônia e aquecer a casa com seus tons de laranja
 Foto do meu irmão Guilherme Zahn

Porque será que ao andar pelas ruas encontramos cores fortes na fachada da maioria das casas mas, se formos convidados a entrar, quase todas são totalmente preenchidas pelo vazio do branco ou pelo cansativo amarelo? Não deveria ser o contrário? Muito provavelmente as casas são assim monocromáticas por dentro por medo de errar! E é claro que se sairmos colorindo paredes aleatoriamente o resultado pode mesmo ser catastrófico... Mas usar as cores para trazer sensações para os espaços em que vivemos também pode fazer toda a diferença e transformar a casa num lugar em que as pessoas se sintam realmente aconchegadas e que estimule todos os sentidos.


Aqui a aposta foi o branco total. Não dá prá dizer que foi por descaso pois dá para perceber que o ambiente foi bem estudado e decorado. Mas você não sente uma solidão? Um vazio? Eu sinto... E certamente colocaria luminárias e almofadas coloridas e pintaria algumas paredes de um verde bem calmo ou azul escuro...

E nesse quarto aqui eu precisaria de uns 4 cobertores para dormir... 
  
A decoradora Neza Cesar, reconhecida pelo seu estilo ousado, cheio de personalidade, de liberdade e, especialmente pelo uso de muitas cores na criação dos ambientes, diz o seguinte sobre a ditadura das regras na decoração: "Não gosto muito de regras; acho que a única coisa que não pode é bater o olho e não ver harmonia no resultado". Ou seja, o que realmente importa é que a pessoa se sinta bem ali. Por isso, escolher as cores para a casa não é tão diferente de escolhê-las para uma roupa: é preciso pensar na sensação que você quer que ela transmita (você escolheria um vestido vermelho vivo para ir à missa?) e, claro, se você gosta dela ou não!
Para ajudar nessa escolha e tornar o resultado final mais equilibrado, valem algumas dicas. A primeira delas é que quando usamos cores complementares (isto é, aquelas que são opostas) ao invés de uma combinação de cores harmoniosas (isto é, tom sobre tom) conseguimos equilibrar melhor a energia do ambiente, de modo que ele não fique nem tão frio nem tão quente. Um exemplo bem bacana deste tipo de combinação é o vermelho com o turquesa! Nesse caso, se a intenção for aquecer o ambiente, usa-se o vermelho queimado numa parede e num tapete, por exemplo, complementa-se o ambiente com o turquesa em objetos, almofadas estampadas ou móveis e o restante do ambiente é preenchido com uma cor neutra, como branco, cinza ou tons off-white. Fica lindo! Se, ao contrário, a intenção for esfriar ou acalmar o ambiente, faz-se o oposto usando um azul claro na parede e preenchendo com móveis e objetos em tons de vermelho ou rosa. 


 Aqui dá prá perceber direitinho o trabalho de mistura de cores para equilibrar o ambiente.
No quarto de cima, mais "quente" , surge o azul na janela e na colcha para acalmar. 
No quarto de baixo, mais tranquilo, surge o vermelho nas luminárias para "esquentar". 
Claro, só podia ter o dedinho da fada das cores - Neza Cesar!

 

A segunda dica é antes de tudo ter o cuidado de pensar bem no efeito que você quer e se informar sobre qual cor pode trazer esse efeito, para não correr o risco de acabar tendo o resultado oposto do que se esperava. É o caso, por exemplo, de quem sofre de insônia e usa amarelo ou laranja para decorar o quarto! As duas são cores para alegrar, para favorecer a comunicação, mas por isso mesmo causam agitação. E, ao contrário, colocar azul ou violeta na cozinha ou na copa pode inibir o apetite e o relacionamento social, já que são cores que acalmam e convidam à introspecção, à meditação. Por isso elas também não são muito indicadas para quartos de casal... Ou você nunca percebeu que todas as cadeias de lanchonetes usam o laranja?!



Essa cozinha azul não é feia, mas diga sinceramente: você ficou com vontade de sentar com a família e comer? Eu não... Mas adoraria ficar aí se tivesse uma poltrona para sentar e ler!


E nesse quartinho, ao contrário, é fácil imaginar o bebê brincando alegremente... mas eu não ficaria nem um pouco espantada se os pais dissessem que o bebê acorda a noite toda! 


E se você é daqueles que gosta de estar sempre na moda, a cor do ano de 2012 de acordo com a Pantone, que é a empresa que desenvolve e lança anualmente as cores que estarão em tudo, é o Tangerine Tango - um tom de laranja bem vibrante que com certeza você já viu nos novos esmaltes de unha!
Enfim, com mais ou menos ousadia, escolha as suas armas e as suas cores e permita-se fazer essa transformação na sua casa! E, lembre-se: se pintar e não gostar, depois é só trocar! Hoje as ferramentas são quase infinitas: tintas, papéis de parede, adesivos, tecidos, almofadas, estampas, quadros, objetos...
Aproveite!


Um pequeno objeto já pode ser suficiente para fazer a diferença!

Com amor,
Bió






Ótimo final de semana!

Foto do meu irmão Eduardo Zahn

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Dia dos Namorados!

Ontem foi dia dos namorados. 

Depois de um final de semana extremamente triste, tomei uma resolução na minha vida: nunca mais vou deixar para demonstrar o meu amor e a minha gratidão depois, qualquer que seja  - por meu marido, por minhas filhas, por um amigo, por um bicho, por uma planta, pela minha casa, por um pôr-de-sol...


 Esse foi o presente do entardecer de ontem na Demétria! E minhas filhotas perguntando: "Nossa, mãe, porque você tem que ficar parando para fotografar?" . Um dia elas vão saber.


Agora é assim - cada dia tem que ser vivido como se fosse o último.

Esse pensamento não é novidade. Quem não se lembra da música do Legião? 

"É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há."

Mas acontece que a correria dos dias vem atropelando as nossas vontades e acabamos por esquecer... Aí, de repente, vem um acontecimento repentino e, assim bruscamente, essa verdade bate à nossa cara!

E, sendo assim, já começando o meu exercício diário de gratidão, resolvi fazer uma surpresinha para o amor da minha vida. Muito simples - bem simples mesmo. De acordo com as minhas possibilidades nesse momento. Mas de todo o meu coração!


 Teve declaração no prato...





E arranjo à luz de vela com as florzinhas da Mussaenda roubadas do Sítio Bahia!



Simples Assim. 


E agora vou deixar aqui embaixo de presente para você que passou por aqui um lindo texto da Ana Jácomo que diz tudo o que eu queria dizer, mas com palavras melhores.


"Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para dizer “obrigada”. O último para dizer “me desculpa”. O último para dizer “eu te amo”. O último para abraçar cada pessoa amada com aquele abraço bom que faz um coração cantar para o outro. O último para apreciar a vida com o entusiasmo que não guarda nenhuma delícia nem ternura pra depois. O último para fazer as pazes. Para desfazer enganos. Para saborear com calma, como se me servissem um banquete, a preciosidade genuína que cada único respiro humano representa.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último pra esquecer tolices. O último para ignorar o que, no fim das contas, não tem a menor importância. O último para rir até o coração dançar. O último para chorar toda dor que não transbordou e virou nódoa no tecido da vida. O último para deixar o coração aprontar todas as artes que quiser. O último para ser útil em toda circunstância que me for possível. O último para não deixar o tempo escoar inutilmente entre os dedos das horas.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. O último para me maravilhar diante de cada expressão da natureza com o olhar demorado de quem olha pela primeira vez. O último para ouvir aquela música que acende sóis por toda a extensão da minha alma. O último para ler, de novo, o poema que diz tanto de mim que eu me sinto caber nos olhos do poeta que o escreveu. O último para desembaraçar os fios emaranhados dos medos que me acompanham.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último. Eu não perderia uma chance para me presentear com os agrados que me nutrem. Eu criaria mais oportunidades para dizer o meu amor. Para expressar a minha admiração. Para destacar para cada pessoa a beleza singular que ela tem. Para compartilhar. Eu não adiaria delicadezas. Não pouparia compreensão. Não desperdiçaria energia com perigos imaginários e com uma série de bobagens que só me afastam da vida.

Quem dera eu aprendesse a viver cada dia como se fosse o último, porque pode ser."


Com amor,

Bió